Beber
Comer
Foder
Fumar
o mar
e amar
Beber
Comer
Foder
Fumar
o mar
e amar
você gosta
que eu sei
mas não aposta
ninguém é rei
sem resposta
Paulo me visitou num sonho
só pra me dar um abraço
isso de querer ser
nos levará além
componho
compasso
escrever
amém
de janela aberta
vejo todos passarem
até quando
você olhar
e ficar
Aquele dia
me deixou na esquina
mirei o meio fio
e vi uma linha
tortuosa
sabia aquele dia
a minha sina
o fim do pavio
jogo da amarelinha
falência afetuosa
As vezes você pensa
que tem alguém
mas está sozinho
tal qual um oásis
no deserto – miragem
As vezes você pensa
que ela vem
mas fica sozinho
tal qual o gênnesis
no paraíso – pairagem
Thoreau há muito tempo
me disse: – diga não
não tenho dificuldade
não ligo para idade
digo não para moralismos
odeio todos os modismos
eu digo não
sem perder tempo
desobedecendo
fui vivendo
logo menos
sem mais nem menos
vou chocar sua visão
por uma paixão
o que está acontecendo
é mais uma vez
eu desobedecendo
fodeu de vez
Seis centos
nos separam
duas vezes três centos
paciente te espero
três vezes dois centos
penso cada dia
nos fatos que nos ataram
no véu que te venero
dia após dia
sincera hoje voltou
com notícias boas
um sabor de futuro
nessa longa epopeia
resiste a esperança
aquele que almeja
e insistente peleja
sempre alcança
triste sofrida patuleia
quem perde no escuro
entre todas as pessoas
aquela que amou
como todo bom escritor
enlouqueci
me perdi
escolhi
agora vou escrever
esse poema
até o fim
por mim
por ti